A idolatria hoje

“Desde que o mundo é mundo, o homem acredita que a proximidade de algo inatingível e misterioso o cubra de bênçãos. Por isso as peregrinações em busca de gurus e lugares sagrados. Em qualquer lugar onde uma celebridade inatingível apareça de longe; seu aceno é como aspergir partículas de ambrosia e maná dos deuses sobre as cabeças de seus adoradores.
O resto é igual. Os gigantescos concertos musicais se parecem com as grandes concentrações religiosas. O público que fica do lado de fora de uma peça de teatro lotada, esperando que a superclasse entre e saia. As multidões que vão aos estádios de futebol ver um bando de homens correndo atrás de uma bola. Ídolos. Ícones, por que se transformam em retratos semelhantes às pinturas que vemos nas igrejas católicas, e são cultuados nos quartos de adolescentes, donas de casa, e até mesmo em escritórios de grandes executivos de indústria, que invejam a celebridade apesar do imenso poder que possuem.
Existe uma única diferença: Nesse caso, o público é o juiz supremo, que hoje aplaude e amanha quer ver algo terrível sobre seu ídolo na primeira revista de escândalos. Assim podem dizer: “Coitado. Ainda bem que não sou como ele.” Hoje adoram, e amanha apedrejam e crucificam sem qualquer sentimento de culpa.
Paulo Coelho em “O vencedor está só”.

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